Período que se inicia com a chegada dos portugueses ao território “desconhecido” no século XVI. Encontro de civilizações que dizimou violentamente os povos nativos. Outras características são a montagem de um sistema administrativo colonial com base na extração de riquezas como pau brasil, o sistema de plantations de cana de açúcar, pecuária e extração de ouro. A economia funcionou a princípio a partir da escravidão de nativos e posteriormente africana, processo violento que marca a história do Brasil. Iniciou sua crise a partir da segunda metade do século XVIII quando as ideias Iluministas começaram a chegar à colônia, no contexto da administração do Marques de Pombal, possibilitando a circulação de ideias revolucionárias. Chegou ao seu fim com os eventos provocados por Napoleão, na Europa, forçando a Família Real a fugir para o que se tornaria a partir daquele momento no primeiro Império em terras coloniais.
Embora a memória popular delegue aos indígenas o surgimento de Catu, não existem fontes históricas que comprovem essa informação. Já a tradição católica conta que, no Século XVII, uns mascates que traziam consigo uma imagem de Santana a esqueceram num tronco de um tamarineiro a margem esquerda do rio Catu, onde teriam originado a primeira capela denominada Santana de Catu. Porém, segundo os historiadores, os povoadores da cidade de Catu, vieram de São Francisco do Conde, o que explicaria o fato de que, até a sua emancipação, o então distrito catuense integrava o território desse município. A ocupação de Catu se deu da mesma maneira que em vários lugares do Brasil: através da introdução do sistema de plantation. Sistema produtor da monocultura agrícola de cana-de-açúcar para exportação, baseada na mão-de-obra escrava. Porém, no período colonial, o território catuense provavelmente foi pouco explorado e habitado, havendo apenas alguns poucos engenhos, além de indígenas e missionários católicos.
Inicia-se em 1808, por conta dos eventos causados na Europa por Napoleão, com um status controverso e dúbio. A ex-colônia se torna independente em 1822 e tem sua primeira Constituição em 1824. Uma estrutura administrativa mais sofisticada foi montada, trazida nos navios portugueses: instituições, burocracias, hábitos e costumes da corte foram introduzidos em um cenário onde começou a florescer os primeiros indícios de uma cultura nacional. Mas também foi momento de bastante instabilidade com muitas revoltas, principalmente na primeira metade do século XIX, e uma guerra sangrenta envolvendo países vizinhos, a Guerra do Paraguai, enfraquecendo as financias do Império. Na década de 1870, novas ideias começaram a circular: republicanismo, abolicionismo, entre outras, apontando para caminhos transformadores. A escravidão que marcou todo o século, começou a ser questionada pelos ingleses e com muitas idas e vindas foi abolida em 1888, por conta de muita resistência escrava. No ano seguinte, 1889, o Império chegou ao fim.
Nas primeiras décadas do século XIX, a Imperial Vila de Santana do Catu era ainda uma das poucas regiões do Recôncavo canavieiro cujo solo ainda havia sido pouco explorado pelos produtores de cana-de-açúcar. Assim, ao longo do período Imperial brasileiro, houve uma expansão do número e do tamanho dos engenhos produtores de cana. Catu então passou a fazer parte desse complexo econômico e social que marcou a economia baiana no século XIX. A cidade também mantinha produção de fumo e de gêneros alimentícios como farinha, algodão e hortifrutigranjeiros, em geral produzidos por escravizados e homens e mulheres pobres e livres e comercializados nas feiras locais em outras cidades, inclusive na capital. No auge dessas atividades econômicas, na década de 1860, houve duas mudanças significativas para a população de Catu: a construção da Linha Férrea que ligava Salvador ao São Francisco (Juazeiro), dinamizando as relações com outras localidades contribuindo para a intensificação do povoamento. Além disso, aconteceu neste período, a emancipação política da cidade, ocorrida no ano de 1868.
No final do século XIX, Catu enfrentou uma forte decadência econômica, que advinha dos mesmos motivos que também assolaram as demais cidades do Recôncavo: fim do escravismo, perda na concorrência externa da venda de açúcar, falta de modernização da produção. A vila servia apenas de entreposto comercial de uma comunidade rural cuja economia se concentrava no cultivo de fumo (nos arredores do distrito de Sítio Novo e em outras localidades), de farinha de mandioca e de outros gêneros agrícolas de subsistência. Através da via férrea também chegavam produtos oriundos de outras partes da Bahia, inclusive da capital. Embora a cultura fumageira ainda persistisse com considerável força de produção local e até para exportação, registre-se com forte presença feminina, não foi capaz de proporcionar o crescimento econômico que a cidade tinha vivido no século XIX, com a cultura açucareira. Em virtude disso, o governo do estado fundou em 1893, a Fazenda Modelo de Criação – atual IF Baiano –, com o intuito de promover o fortalecimento da criação de gado na região.
Nas primeiras décadas do século XIX, a Imperial Vila de Santana do Catu era ainda uma das poucas regiões do Recôncavo canavieiro cujo solo ainda havia sido pouco explorado pelos produtores de cana-de-açúcar. Assim, ao longo do período Imperial brasileiro, houve uma expansão do número e do tamanho dos engenhos produtores de cana. Catu então passou a fazer parte desse complexo econômico e social que marcou a economia baiana no século XIX. A cidade também mantinha produção de fumo e de gêneros alimentícios como farinha, algodão e hortifrutigranjeiros, em geral produzidos por escravizados e homens e mulheres pobres e livres e comercializados nas feiras locais em outras cidades, inclusive na capital. No auge dessas atividades econômicas, na década de 1860, houve duas mudanças significativas para a população de Catu: a construção da Linha Férrea que ligava Salvador ao São Francisco (Juazeiro), dinamizando as relações com outras localidades contribuindo para a intensificação do povoamento. Além disso, aconteceu neste período, a emancipação política da cidade, ocorrida no ano de 1868.
Inicia-se com um movimento armado de Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba que derrubou o presidente eleito, Júlio Prestes, em 1930. A princípio houve resistência no estado de São Paulo, em 1932, articulado com outros estados para derrubar o governo provisório que saiu vitorioso do conflito. Entretanto, uma nova Constituição foi elaborada em 1934. Foi um período de grande tensão política entre comunistas, integralistas e o governo Vargas. Em 1935, aconteceu a Intentona Comunista tentativa de luta político-militar contra o governo apoiada pelo partido comunista com eventos em várias partes do território. Esse movimento potencializou o anticomunismo no país e foi um dos fatores que contribuíram para a implementação do Estado Novo, em 1937. Nesse momento houve uma ruptura com os ensaios democráticos da Constituição de 1934. Tendo como base o nacionalismo, o anticomunismo e, sobretudo, o autoritarismo, teve amplo alinhamento com os eventos internacionais. Além disso, foi um período de consolidação burocrática, criação de instituições políticas, legislação trabalhista, etc. O país iniciou seu processo de industrialização, aceleração do processo de urbanização e ampliação da exploração territorial com a marcha para o oeste. Chegou ao fim em 1945 e a partir daí o país trilhou um curto período democrático.
Assim como todo o estado da Bahia, nesse período, a cidade ainda enfrenta um período de marasmo econômico. Governada por uma elite local descendente dos tempos imperiais, o município tinha a maior parte da população concentrada na zona rural. Essa população dependia, como nas décadas anteriores, da produção de gêneros agrícolas e da criação de gado. O núcleo urbano da cidade nesse período se relegava, ao que tudo indica, ao centro da cidade construída no entorno da secular Igreja Matriz de Nossa Senhora Santana, com habitações construídas entre a Igreja e a Estação da Linha Férrea. No campo da política a cidade apresentava alguns dos segmentos observados em outras regiões do país. Havia cidadãos integralistas e comunistas. Havendo registros de conflitos e perseguições a esses últimos. Contudo, seguindo a tendência do processo de industrialização brasileiro, a identificação de possíveis poços de petróleo identificados pelo então Conselho Nacional de Petróleo foi um indício de que a realidade catuense mudaria. Os “tempos dos Conselho”, como dizem os antigos, Catu viu chegar um grupo de forasteiros, técnicos, que trariam consigo ventos de mudanças e profundas transformações econômicas, sociais e culturais para a cidade.
Período que se inicia em 1945 com um governo interino e avança com diversos presidentes que atuaram, em alguma medida, de forma populista. Marcado por muitas reviravoltas políticas, como suicídio, renúncia e golpe militar. Ao mesmo tempo, uma tensão política advinda do cenário da Guerra Fria potencializou as conflitos partidários que ondulavam entre alinhamentos com os Estados Unidos, liderando o bloco capitalista, com a URSS, no bloco comunista, e ora se baseando em uma política de neutralidade, a qual o bloco capitalista enxergou como de alinhamento ao comunismo. Aconteceu nesse período também a criação de importantes empresas e iniciou-se um processo temporário de internacionalização da economia, em oposição ao modelo de substituição das importações, importante fator para o crescimento da indústria nacional. Ressalta-se os grandes investimentos em infraestrutura, comunicações, energia e transporte. Foi nesse contexto também que nasceram a Petrobrás e Brasília, grandes símbolos da modernidade e desenvolvimento do país. Um programa de reformas que desagradava parte relevante das elites da época, associado a outros fatores capitalizados por forças conservadoras e anticomunistas precipitaram um golpe em março de 1964.
Nesse período inicia-se em Catu o processo de implantação da Petrobrás e da economia petrolífera. Inserida num ciclo produtivo que integrava vários municípios baianos ao processo de extração, transporte e produção de derivados de petróleo a cidade de Catu ficaria conhecida como a terra do “Ouro Negro”. No início da década de 1950, a Petrobrás começou a exploração do Campo Água Grande, então o maior poço de petróleo do país. A empresa construiu um acampamento para abrigar parte dos trabalhadores que foram contratados e vinham de diversas áreas do país. Esses apresentavam diversos graus de escolaridade e profissões. Em 1962, iniciou-se a instalação da planta de gás natural, para obtenção líquida do produto. Isso indica a inserção do município no ciclo de produção também de gás natural brasileiro. Com o advento da economia petrolífera iniciou-se também um franco processo de migração para o município, bem como do êxodo rural. Esse processo trouxe uma nova configuração urbana, social e cultural para o município, proporcionando o aumento da população local e, consequentemente, do oferecimento de produtos e serviços. Porém, a introjeção da economia petrolífera impulsionou o atrofiamento das demais atividades econômicas locais e instaurou um alto grau de dependência econômica do município que dura até os dias atuais.
Após grandes marchas em prol da família mobilizadas pelo anticomunismo como deturpador da ordem nacional, o golpe civil-militar foi executado tirando Joao Goulart da presidência e iniciando o regime militar no país. Os anos iniciais foram marcados por manifestações e resistência. Em 1968, alinhado com movimento internacionais, as manifestações se intensificaram. No final daquele ano, mesmo com o arrefecimento das mobilizações, instituiu-se o Ato Institucional nº 5, legitimando ações ainda mais violentas. Tortura, desaparecimentos e mais de 8000 mortes aconteceram nesse período. Foi um momento de crescimento e grandes obras que teve grandes custos para trabalhadores acidentados, para indígenas removidos de suas terras e caçados como animais. Crescimento que manteve as desigualdades, não acompanhando a distribuição de renda, sobretudo por conta da corrupção. Em meados dos anos 1970, a crise do petróleo abateu o país e os militares não souberam como lidar com ela. Uma crise financeira atingiu o Brasil e, de algum modo, forçou a reabertura, pressionada por intensas mobilizações. Em 1985, depois de um período de transição, o governo foi passado para os civis. Entretanto, agentes do regime militar continuaram a transitar livremente por espaços de poder, mostrando que importantes questões do período continuam pendentes.
Em Catu, na década de 1960, foi descoberto o Campo de Água Grande, responsável por manter a produção de petróleo da Bahia em alta por décadas. Ainda nesse período foi construída em Catu a Planta de Processamento de Gás Natural, que era popularmente chamada de planta de gasolina. A Petrobrás mudou a realidade de Catu. A estatal chegou a ter uma sede na cidade e construiu um conjunto residencial para acomodar os trabalhadores, que, por sua vez, injetaram o dinheiro dos seus salários na economia do munícipio, contribuindo para o crescimento do comércio e serviços da cidade. A estatal também atraiu empresas privadas de petróleo que se instalaram na região. Onde a Petrobrás está a economia gira, os municípios arrecadam royalties e ISS e a população ganha com a oferta de empregos diretos e indiretos. Nesse período, com a consolidação da economia petrolífera na cidade, se intensificou o processo de urbanização, principalmente através da migração de trabalhadores do petróleo de outras regiões do país e do êxodo rural. A cidade teve seus logradouros aumentados se expandindo para a chamada parte alta. A vida social da cidade foi intensificada e foram inaugurados diversos clubes e cinemas. Várias escolas também foram inauguradas. Em 1969, por exemplo, foi criada a Escola Agrotécnica Federal de Catu, atual IF Baiano campus Catu.
Após intensas manifestações e o país mergulhado em uma crise sem precedentes, aconteceu a reabertura para a democracia. Começou-se a discutir uma nova constituição, de algum modo revolucionara, aprovada em 1988, mas que na prática pouco resolveu de imediatos os diversos problemas do país e da população. Vivendo crise aguda e inflação astronômica, diversas medidas infrutíferas foram executadas que geraram inclusive um impeachment. Finalmente uma nova moeda foi criada e um processo de privatizações controverso foi implementado e começou a apontar para outras direções econômicas e tentativas de inserção do Brasil nas cadeias de produção globais. Já no século XXI, medidas como distribuição de renda e facilitação do crédito modificaram o cenário reduzindo drasticamente a pobreza e criando uma imagem internacional positiva para o país. Contudo, foi uma ampliação de cidadania apenas pelo consumo, que começou a ser interrompida em 2010, com o país mergulhada em diversas denúncias de corrupção e intensificação dos jogos de poder.
O alto grau de dependência da economia petrolífera marca esse período. A grande maioria das empresas que atuaram na cidade estavam ligadas a esse setor produtivo. Mesmo gerando uma alta concentração de renda e de impostos, a cidade não soube diversificar suas atividades. Entre os anos de 1985 e 2010, a cidade progressivamente observou um processo de declínio econômico que se intensificou nos últimos anos. Em Catu, o pré-sal, anunciado pelo governo brasileiro no ano de 2006, foi sinônimo de decadência. À medida que a Petrobrás se dedicava cada vez mais aos megacampos no mar, foi deixando para trás os poços terrestres. Na Bacia do Recôncavo, na Bahia, onde está o município de Catu, a produção da estatal caiu de 62,5 mil para 36,4 mil barris diários em uma década, um tombo de 42%. A esperança de Catu, e de toda a região, está nas pequenas petroleiras, que começam a chegar para assumir áreas abandonadas pela Petrobrás. As empresas independentes, cuja presença era praticamente nula em 2010, hoje, em 2020, produzem juntas 4,8 mil barris diários, o que pode ser um indicativo de certa recuperação econômica local.
Contatos
EQUIPE TÉCNICA
Coordenador:
Prof. Dr. Marcelo Souza Oliveira
Historiadores:
Prof. Dr. Marcelo Souza Oliveira
Prof. Dr. Rafael Rosa da Rocha
Bolsistas PIBIC Jr:
Luís…
Filipe Matheus O. S. Xavier
Apoio Técnico:
Manassés Fernandes C. Neto
Colaboradores:
Patrícia
Rodrigo
Marcio Medeiros