Dona Maria, ex escrava do engenho Api

Na imagem em questão podemos conhecer Dona Maria, que quando tal foto foi tirada no ano de 1972 era uma mulher livre, mas a mesma sofreu na pele o que foi a escravidão, Dona Maria ex escrava do engenho Api protagoniza uma das imagens mais significativas do acervo, pois nela podemos ver uma mulher que passou anos escravizada, não podemos notar muitos elementos na físicos na foto, mas é a história por trás dela, a luta e o sofrimento de Dona Maria e tantos outros que foram escravizados que a torna tão importante, é o poder reflexivo que tal imagem tem para que possamos manter vivos em nossa memoria aqueles que sofreram como Dona Maria, e trazer para os dias de hoje tal reflexão, para que tal sofrimento não siga se perpetuando.

OLIVEIRA, Marcelo Souza, Uma senhora de engenho no mundo das letras: o declínio senhorial em Anna Ribeiro/ Marcelo Souza Oliveira-Salvador-2008 pp. 130

Família Canabrava, descendentes de escravizados

A imagem em questão não data da época da Catu imperial, na verdade, a mesma é do ano de 1972, mas ainda assim é de grande importância para entendermos o período, nela podemos ver uma família de descendentes de escravos do engenho Api, foto da autoria de Anna Mariani Bittencourt, podemos ver que se trata de uma família aparentemente pobre, nos rostos vemos semblantes de tristeza e cansaço, cada detalhe expresso nessa foto tem uma grande carga histórica, vemos como a escravidão não afetou somente aqueles que foram escravizados mas também seus descendentes livres, e como isso se repercute até os dias de hoje, onde as pessoas tentam apagar a existência de uma divida histórica com um povo que foi tirado de sua terra e escravizado.

OLIVEIRA, Marcelo Souza, Uma senhora de engenho no mundo das letras: o declínio senhorial em Anna Ribeiro/ Marcelo Souza Oliveira-Salvador-2008 pp.129

Anna Ribeiro de Góes, Romancista, Senhora de engenho, mulher e catuense

Anna Ribeiro é uma figura bastante curiosa, a primeira romancista baiana aprendeu a ler e escrever aos seus 11 anos, isso após enfrentar um grave problema de visão, a mesma além de escritora era uma senhora de engenho e fazia parte de uma das famílias mais poderosas daquele período, escreveu e publicou diversos poemas e também a biografia de seu pai e sua autobiografia, além de ter sido uma mulher que em uma época onde as mulheres não tinham nenhum espaço, ousou trazer suas opiniões para o publico sem medo das possíveis consequências, Anna Ribeiro Góes se dizia Catuense, e é uma figura que deve ser lembrada pela história da cidade

A fuga de Martinho

Nessa imagem podemos ver a publicação de uma matéria no jornal Gazeta da Bahia, datado de 18 de março de 1883, tal matéria sita a revolta do capitão Antônio Joaquim Siger sobre a possível fuga de um homem negro escravizado do qual denominava-se Martinho, tal imagem nos mostra um pouco sobre a história e o sofrimento do povo negro e também a influencia midiática que tinham os donos de engenho e as outras pessoas de alto escalão da época, pois vemos tal texto sendo publicado em um jornal da época com o intuito de encontrar o escravo que havia fugido.

OLIVEIRA, Marcelo Souza, A imperial vila de Santana do Catu (2013) pp. 58

Rua do comércio, povoado do Catu

Rua do Comércio do povoado do Catu em 1860. Essa imagem data de meados de 1860 e foi também eternizada pelo fotografo britânico Benjamin Mulock, em sua viagem com os objetivos referentes as possibilidades da construção ferrovia e sua passagem pela Villa. Essa fotografia nos mostra Santana do Catu por um ponto de vista mais amplo, no qual podemos analisar sua extensão e a arquitetura do local. (Fonte: MULOCK, Benjamin. Collection Vignoles of Institution of Civil Engineers, London, ICE Acc 1335).

Vila de Santana do Catu

A imagem a seguir é de 26 novembro de 1860, 38 anos após a independência do país. Tal fotografia foi tirada pelo fotografo Britânico Bejamin Mulock, em sua estadia no país. Nas suas fotos sobre o Brasil, visava fotografar locais que pudessem ser propícios para a construção da ferrovia que ligaria a cidade de Salvador com a cidade de Alagoinhas. A construção da linha férrea e a sua passagem por Santana do Catu, possibilitou a expansão de engenhos de cana de açúcar e da produção do fumo e da mandioca, pois a facilidade trazida pelo transporte do trem tornava o escoamento da produção para Salvador mais fácil e barata.

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Rooselvelt Reis; Tiago Amorim; Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886, Euclides da Cunha: Diario de uma expedição, Alagoinhas, 31 de agosto (de 1897), O Estado de S. Paulo, 1897; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiro, vol. XX, 1958; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-84;Mapa – acervo R. M. Giesbrecht)

Casa Grande do Engenho Api, Freguesia do Catu

Pintura do ano de 2009 representando a Casa-Grande do Engenho Api, zona rural Catu (região de São Miguel). Nessa época havia uma grande produção canavieira cultivada por mão-de-obra formada por homens e mulheres escravizados. A produção de cana era exportada pelos senhores-de-engenho. A casa-grande pode ser considerada um dos símbolos do poder senhorial, da escravidão e do Brasil Império.

Casa-Grande do Engenho Api, Freguesia do Catu. Fonte: Azevedo, Esterzilda Berenstein de. Engenhos do Recôncavo Baiano. Brasília, Iphan/Programa Monumento, 2009. p. 102.