A Imperial Vila de Santana do Catu – histórias de uma comunidade escravista no Recôncavo Baiano

Marcelo Souza Oliveira

No dia 31 de agosto de 1897, Euclides da Cunha, autor da célebre obra Os sertões, foi designado como correspondente do jornal O Estado de São Paulo no sertão baiano. No trajeto de Salvador para o interior do estado, passou de trem pelo município de Catu e registrou algumas rápidas impressões sobre a vila: A vizinhança do distrito de Pojuca é revelada por canaviais extensos que se estendem pelos plainos dos tabuleiros – miríades de folhas refletindo ao sol com um brilho de aço antigo, ondulantes, vacilando em todos os sentidos ao sopro da viração, um ciciar imenso e indefinido. Interessantíssima, a vila de Catu, com casinhas brancas derramando-se por uma colina ligeiramente acidentada encimada pela igreja matriz que tem à esquerda o clássico barracão de feira, inseparável de todas as cidades e povoações baianas.1 Vindo da capital, Salvador, ele passou primeiramente pelo então distrito de Pojuca e pôde vislumbrar ainda uma paisagem que foi o retrato da Imperial Vila de Santana do Catu: “canaviais extensos”…

A IMPERIAL VILA DE CATU- Marcelo Souza Oliveira

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